sexta-feira, agosto 26, 2005

O Inimigo da Inteligência



A data em que a inteligência perdeu pontos...

Direitos Humanos

Hoje é dia de comemoração de muitas datas, muitos momentos históricos, mais ou menos relevantes, mais ou menos marcantes, mais ou menos contemporâneos. Aconteceu neste dia (espetando o polegar e o indicador de ambas as mãos para cima, em jeito de José Hermano Saraiva), em 1789, quando a malta ainda andava à trolha em França, que se acabava finalmente de votar uma folhita conhecida como a Declaraçao dos Direitos do Homem e do cidadao (só mais tarde e por pura chantagem de Miss Pankhurst e do seu grupo folk "The Sufragettes", estes direitos se estenderiam às mulheres). Séculos passados, esta folhita assume um valor facial semelhante ao Kwanza (a moeda angolana), sendo maltratado e espezinhado impunemente por qualquer nação mais belicosa. Após muita insistência, soubemos a opinião de George W. Bush sobre esta efeméride...

quinta-feira, agosto 25, 2005

Que lindo!!!

Paulo Morais denuncia "pressões e cunhas de dezenas de pessoas"
Vice da Câmara do Porto: "Negócios imobiliários financiam dirigentes, campanhas e partidos"


O vice-presidente e vereador do Urbanismo da Câmara do Porto, Paulo Morais, acusa várias autarquias do país de cederem a pressões de empreiteiros e partidos políticos para a viabilização de projectos urbanísticos.

Em entrevista à revista "Visão", Paulo Morais afirma que "o Urbanismo é, na maioria das câmaras, a forma mais encapotada e sub-reptícia de transferir bens públicos para a mão de privados".

"Nas mais diversas câmaras do país há projectos imobiliários que só podem ter sido aprovados por corruptos ou atrasados mentais", declara Paulo Morais, sem no entanto especificar a que projectos e municípios se refere.

O vereador acrescenta que "as estruturas corporativas são hoje muito mais fortes porque têm uma aparente legitimidade democrática. Se os vereadores do Urbanismo são os coveiros da democracia, os partidos são as casas mortuárias", afirma.

O autarca social-democrata diz que a Câmara do Porto é uma excepção ao cenário negro que traça, afirmando que o executivo autárquico liderado pelo social-democrata Rui Rio nunca licenciou projectos contra os instrumentos de planeamento.

Paulo Morais refere que, pelo contrário, o seu pelouro - que já teve, entretanto, como vereador o arquitecto Ricardo Figueiredo - reprovou projectos que já tinham pedidos de informação prévia favoráveis anteriores a este mandato e nunca cedeu a tais pressões.

"Impediram-se algumas aberrações urbanísticas", diz Paulo Morais, acrescentando que "enquanto Rui Rio for presidente e tutelar directa ou indirectamente a área do Urbanismo, não haverá vigarices".

O autarca aponta como exemplo de projectos chumbados neste mandato o prédio Proeza, do BPI, que considera que seria "um autêntico mamarracho numa zona de vivendas", o projecto para a Quinta da China, da empresa Mota & Galiza, "que visava a construção de outros dois mamarrachos em cima do rio Douro, entre as pontes D. Luís e Freixo".

Afirma ainda ter recebido "pressões e cunhas de dezenas de pessoas, da forma mais ostensiva, inclusive a nível governamental" relativamente ao projecto de construção de um edifício no Parque da Cidade, da empresa Rodrigues Gomes.

O social-democrata, que foi afastado das listas da coligação PSD/CDS-PP para a Câmara do Porto, diz que "os pelouros do Urbanismo das maiores câmaras são o local onde tudo se joga".

Morais refere ter sido pressionado por membros do actual e dos anteriores governos e por partidos, mas escusa-se a referir nomes das pessoas que o terão tentado influenciar.

Para Paulo Morais, as tentativas de forçar a aprovação de projectos imobiliários através de "manobras dilatórias, recursos e formalismos" acontecem porque "a legislação na área do Urbanismo é complexa, hermética e confusa o suficiente para favorecer os mais fortes e quem pode pagar os melhores juristas".

Na sua opinião, o Urbanismo é um bom sítio para iniciar investigações sobre financiamento partidário e enriquecimento ilícito.

O responsável, que antes de liderar o Urbanismo tutelava o pelouro da Habitação Social da Câmara do Porto, não tem dúvidas de que se se continuar a "baixar o nível de democracidade dos partidos e eles forem cada vez mais vulneráveis aos interesses corporativos, a democracia está em perigo".

"Existe uma preocupante promiscuidade entre diversas forças políticas, dirigentes partidários, famosos escritórios de advogados e certos grupos empresariais", acrescenta.

A alteração deste "sistema" só será possível "com maior transparência e simplificação de procedimentos ao nível do aparelho do Estado", diz também.

O autarca afirma que sairá deste executivo após as eleições autárquicas de 9 de Outubro "com alívio, mas mais preocupado com a saúde da democracia e do PSD".


ATENÇÃO:

O Blog da Balta não vai transmitir as reacções a esta entrevista porque é parcial.

Slogans



Com a pré-campanha já a aquecer, num calmo mas borbulhante frenesim, com as estratégias políticas em desenvolvimento, mostrando já os seus primeiros e tímidos passos, qual flor que faz abrir as suas pétalas ao sol do Verão, falta decidir, por fim, um slogan catita que fique no ouvido. A campanha de Soares deverá apostar em manter uma fórmula que já deu frutos no passado: o apelo a um espírito jovem, de uma certa rebeldia, provando que, apesar de todas as maleitas que a idade acarreta, apesar do anacronismo esclereosado que a candidatura soarista inevitavelmente carrega às costas, os portugueses podem contar com um Presidente pujante, enérgico e dinâmico. Querem, pois, atirar poeira para cima das pétalas da flor florida. E como está florida a flor (e como estou tão florido eu).
O Blog da Balta, parcial e parcimónio nas suas intenções, gostaria de poder dar uma perninha (não, não é como quem diz uma bengala!) à candidatura Soarista. Este Blog gostaria de promover uma espécie de concurso onde fossem sugeridos slogans de campanha possíveis e passíveis de criar impacto (mas vejam lá, não causem um impacto muito grande porque o senhor já é cidadão sénior...não querendo, com isto, transmitir uma ideia de que se está contra os cidadãos séniores! Pelo menos, não contra a maioria! Sim, porque ele há muitos jovens que são mais velhos que os velhos...enfim...). Venham daí essas sugestões!!!

Começamos aqui:

"Não votas Soares? Tás senil ou quê?"

"Soares é radicaaaaal!"

"Portugal: na crista da onda!"

"Boa-onda, Soares!"

"Mário Soares: sempre a surfar nos tubos da modernidade!"

"Soares: mais que bué da fixe - é EXTRA-fixe!"

"Soares: a leveza de um pássaro político!"

"A artrite não m´aflige! O que me preocupa é Portugal!"

"Com Soares tá-se bué da bem!"

As vosssas sugestões...

quarta-feira, agosto 24, 2005

rebelião

a - uma delegação de cidadãos composta de cinco
membros descerá de dois táxis palhinha e atravessará
o rossio em estado de nudez.
após a prisão grandes manifestações de regozijo
podendo haver lapidações em série.

b - professor catedrático, preferência escritor, é
empurrado nu para dentro de um eléctrico. alocução
à província. dispersão.

c - choque de um aeróstato monstro com os dois
elevadores de santa justa previamente dispostos na
passarelle. uma senhora jovem. dispersão

d - duas delegações de cidadãos no total de dez
membros descerão de dois táxis palhinha para
atravessar o rossio em estado de nudez. após a prisão
abertura de um parque de rebolagem. mais lapidações.

e - às cinco da manhã: ruptura de todas as
negociações e preparação automática de novos
cortejos.



Mário Cesariny in Primavera autónoma das estradas

É para isto que pago impostos?

"Défice autárquico triplica

Em ano de eleições autárquicas, o défice da administração local ascendeu aos 174 milhões de euros no primeiro semestre. Este valor mais que triplicou o défice registado no mesmo período do ano anterior que tinha sido de 53 milhões de euros. Os dados foram divulgados ontem pelo Banco de Portugal que aponta para um aumento do endividamento das Administrações Públicas de quase 50 por cento, nos primeiros seis meses do ano...."

Cavaco nas Chamas (já, por favor)


A primeira notícia que ouvi hoje, ao acordar, foi o anúncio da candidatura de Cavaco Silva às Presidenciais. anúncio esse que seria feito logo após as eleições legislativas. Não foi, de maneira alguma, uma notícia inesperada, como seria, por exemplo, a notícia da chegada de um grande ponta-de-lança ao Benfica. Não. Estava à espera disto, como estou à espera de inundações neste Inverno ou de mais fogos para o ano que vem. Estamos sempre à espera das desgraças, sobretudo neste pais tão à beira-mar plantado.
Esta tem vindo a ser uma semana atribulada. Não tanto a nível de peripécias existenciais ou relacionais, mais ao nível das irritações moínhas que, à semelhança do que acontece nas ostras, descambam em pérola. É bem isso: estou em estado-de-pérola!
O Cavaco na Presidência é uma pérola de notícia! O Jerónimo de Sousa também já afirmou que se vai colocar ao lado dos figurões na linha-de-partida para Belém. Vamos ver do seu folêgo. Desde já, meus amigos, vos declaro: estou farto deste país merdoso e mesquinho, previsível e perigoso. Ontem, em conversa com uns colegas, colocou-se a hipótese de Portugal ser uma espécie de castigo kármico para quem se portou mal em vidas passadas. Não acho que Portugal, na sua essência, seja assim tão mal para se viver. É, na realidade, um pequeno pedaço de Paraíso. Mas as maçãs podres, os cavacos mal-amanhados... Por exemplo, a Segurança Social... A S.S. mandou-me um aviso de pagamento da minha dívida para com ela com prazo de 10 dias...estamos em Agosto. A data de pagamento era, no entanto, do mês passado! Estão a brincar? Assustam um gajo para o fazer rir a seguir? Querem que "APAGUE" a minha dívida desta maneira?
Não estou por ninguém nestas Presidenciais...mas estou contra o Cavaco! Por tudo o que de mau ele representa (e lembro-me, em especial, de uma carga policial, na Assembleia da República, contra estudantes pacíficos. Lembro-me de me chamarem "geração rasca". Sim, estou a ficar velho!): Ó Cavaco, vai pó caralho! Irritas-me

terça-feira, agosto 23, 2005

Burn Baby Burn



Portugal a arder. Mar de chamas. Inferno em Coimbra. O Pinhal de Marrocos, que explorei na minha juventude, ardeu por completo. A Coimbra verde e limpa que conheci continua a ser destruida, agora pelo fogo e sempre por políticas corruptas.
Tudo títulos bombásticos que nos fazem esquecer o real problema escondido por detrás do impacto sensacionalista inicial. Quem lucra com isto? Porque é que ninguém investiga isto? É que não julguem que somos parvos (bem, talvez um pouco...mas só porque nos apetece!): é evidente que há interesses muito obscuros, distorcidos e mefistofélicos no meio disto tudo. E nem sequer é difícil obter provas...ao que parece, elas estão por todo o lado.
Sem querer entrar numa de teoria da conspiração, não parece absurdo que todos os anos assistamos a esta novela? Não é como se este fosse um problema de agora, caramba! Para além disso, não me parece que Portugal tenha um índice de pirómanos superior à média europeia (de alcoólicos e loucos na estrada, já aceito), então...então só me resta concluir que a Natureza gosta de fazer as florestas portuguesas arder espontaneamente. Que os Portugueses gostam de mostrar a sua bravura e desespero na televisão, ao combater as chamas que estão à porta de sua casa, sem convite. Que a política da terra queimada é mais uma das tristes fatalidades a afligir este país.
Parece-me que os nossos governantes sempre procuraram a solução mais complicada enquanto a mais simples permancece dormente debaixo do nariz (que deve ser nariz muuuito grande). Em vez de se constituirem brigadas especiais de investigação aos fogos florestais, uma coisa muito americanizada, muito de filme, que tal colocar o exército que guarda os quartéis a patrulhar as matas? Porque não pôr os reclusos a limpar as matas nos períodos de defeso? Colocar os próprios pirómanos a limpar os seus trabalhinhos parece-me daquelas ironias deliciosas da vida.
Não é minha a tarefa de oferecer soluções para este problema. Não sou eu quem manda. Junto apenas a minha voz às muitas vozes indignadas. Junta-se-lhe uma pitada grande de tristeza, polvilhada com indignação. E começo a ficar, muito sinceramente, um pouco desesperado com a obtusa falta de clarividência de quem por aí anda a (des)governar o pais...
Como diz o Sérgio Godinho "desarmem a incompetência!"
Ay Caramba!

segunda-feira, agosto 22, 2005

Eu vou, eu vou, para A Ilha eu vou!



De ressaca de um fim-de-semana desiquilibrado, quase bipolar, com direito a descanso extremo e agitação súbita, com devaneios de férias de Verão pelo meio, eis-me de volta a este arquipélago livresco, este mar de calmaria culta mas quase religiosa. No meio desta paz, quebrada apenas pelo grilar esporádico do maldito telefone, que começo a pensar sabotar a qualquer momento (recorrendo aos poderes da Força, explico: tento fazer com que uma tesoura voe até aqui e corte o fio - para depois dizer que o fio se cortou COME´MA FORÇA, COME´MA FORÇA QUE NINGUÉ PÓD PARÁ), pois que recordo o filme que vi ontem. A Ilha. Novamente sem pretensões a qualquer categoria de crítico, apenas me apetece dizer que a Scarlett é realmente espantosa. Não que o trabalho de actriz esteja muito realçado neste filme. Que não está. Nem o do Ewan. Pronto, não estiveram mal mas...nem por isso foram loucamente credíveis. O filme é, passo o chavão, honesto. Uma ou outra falha no argumento, ligeira, e a sensação de bom entretenimento que fica na mente depois de sair do cinema (se bem que houve alguém que curtiu à brava...bateu palmas no final!). Para quem, como eu, precisava de se retirar um pouco da realidade, a escolha foi acertada. O resultado foi que hoje custou um pouco a acordar cedo. Muita agitação nocturna. Pois que estava com a cabeça num outro qualquer destino. E o Zé Luís é sempre uma boa companhia (se bem que o homem não se cala com o raio do King Kard - segundo a publicidade, o cartão dos bimbos com óculos foleiros)!

P.S: Ainda vou a tempo de mudar o meu voto para a Scarlett???

sexta-feira, agosto 19, 2005

Kiss Kiss Bang Bang



Não vou enveredar (não faço dessas coisas) pelo caminho do crítico de cinema, apresentando uma sinopse xpto do filme, pondo a nú as fórmulas utilizadas (para esse tipo de badalhoquices - ver Dicionário de Moimenta - vão ver o 9 Songs) para veicular o entretenimento. Não. Só vi o trailer e pouco mais. Sei que é, basicamente é uma história de equivocos, humor, gaja boa no meio e alguma porrada. Os ingredientes ideais para passar 103 minutos de diversão, sem pensar em incêndios, em Israel, no aparentemente tirânico pedreiro português que foi morto, em França, pela mulher e filhas, no Benfica e no Miguel...enfim...A ficção, por vezes, tem contornos mais realistas que a ambígua realidade (passo a gorda redundância) nos apresenta.
Gosto muito do título, gosto do Robert Downey Jr., o Val Kilmer pronto, é aquela base...não estou à espera que o filme seja uma obra-prima porém...deve ser divertido!
Fica feita a sugestão!

quinta-feira, agosto 18, 2005

Vocabulário Típico de Moimenta

Aciroular, Vem de ciroilas, em Moimenta diz-se ciroulas, forma popular e antiga de ceroilas ou ceroulas. Serve para designar acto sexual.
ex: "Olha, o Rei vem aciroulado!"

Aldeagante, Pessoa caminhante, estroina, que não tem paragem
ex:"O Paulo Sousa foi um autêntico aldeagante do futebol!"

Aldrúbias, Mentiroso, intrujão.
Ex. "Não acredites em fulano. Ele é um aldrúbias."
ex: "O Serpa (ehehehe)"

Almorródias, O mesmo que hemorroides.
Ex. "Não comas esse picante que te faz mal às almorródias."
Ex. "Ouvir o Jorge Coelho a falar acicata-me as almorródias."

Alustrar, Relampejar.
Ex. "Alustrava tanto que até metia medo."
Ex. "O Mantorras alustrou completamente em campo."

Anzonar, O mesmo que enzonar. Fazer intriga, mexericar. Fazer coisas sem importância. Mentir, intrujar alguém.
Ex. "Que anzona é essa?"
Ex. "O Paulo Portas saiu-me cá um anzonas do pior!"

Apatolar-se, Meter-se no lodo. Atolar-se, sujar-se.
Ex. "Descuidei-me e o meu filho foi de repente que se apatolou."
Ex. "O Sócrates anda todo apatolado"

Aperriar, O mesmo que aperrear. Tratar como um perro. Insultar alguém publicamente. Ex. "Já viste este Jeová? Veio aperriar-me à porta."

Marangonheiro, Trapalhão, pessoa que mente.
ver Aldrúbias

Meter-se de gorra, Entrar sem ser chamado.
Ex. "Aquele meteu-se de gorra na festa."
Ex. "O Manuel Alegre anda metido de gorra nas Presidênciais"

Mijacães, Espécie de cogumelos venenosos que aparecem espontaneamente em locais sombrios e húmidos.
Ex. "O Valentim Loureiro parece um mijacão"

Zambonada, Mentira jocosa. Quem diz zambonadas é um zamboneiro.
Ex. "O Valentim Loureiro é cá um zambonas!"

Zangalheiro, Aquele que ao andar mete as pernas para dentro.
Ex. "O teu burro é zangalheiro."
Ex. "Ó Santana, andas zangalheiro de todo, pá!"

Silly Season (enviados pelo amigo Serpa!)

Como o tempo não ajuda a uma eficaz refrigeração cerebral, as pessoas disparatam. Mas se se julga que este fenómeno é localizado apenas no Verão, neste Verão, ou se se julga que este é realmente um fenómeno de Verão...bem, então o b.d.b. tem a obrigação de provar o contrário...

Eis algumas pérolas dos nossos políticos (entre outros) na estação Outono / Inverno:

"Quando se sai do Governo pode sair-se de duas maneiras: queimado ou bronzeado. Eu prefiro a segunda."

Paulo Portas
(há ainda uma terceira: ir para os States!)

"Podia viajar de borla para todo o lado e nunca o fiz. Até podia ir ver os metropolitanos de outros países, por exemplo, devido à minha ligação à Metro do Porto."

Valentim Loureiro
(Vai lá, pá, vai! Não faz mal se fores à borla, desde que vás...)

"Ao longo dos anos, nunca ninguém calou o dr. João Jardim. Ninguém o vai calar, mas ele também não me cala a mim."

Marques Mendes
(podiam, claro está, calar-se os dois...for good)

"Podem ser muitas coisas, mas cobardes não são."

D. Duarte, Duque de Bragança, referindo-se aos terroristas que actuaram em Londres
(Podes ser muitas coisas, mas espertos não és!)

"Já tinha sonhado candidatar-me à Câmara de Sintra, em tempos."

João Soares
(Se o sonho comanda a vida então...vai dormir, pá!)

"Estes homens são humanos."

Marco Chagas, comentando a Volta à França
(tá bem...tu podes, não és político!)

terça-feira, agosto 16, 2005

Para o Serpa

Conheçam a pacata Fucking!



Ao que parece, o Presidente da Câmara de Fucking está a encetar uma campanha de promoção da localidade. Parece-me que irá ter algum sucesso. Desde já, o blog da balta deixa umas sugestões para slogans:

"Fucking: Why coming alone?"
"Fucking: Just Do It!"
"Fucking: Onde a vida ganha outro sentido!"
"Fucking: Vá para fora, vá para dentro, vá para fora, vá para dentro..."
"Fucking: Assim que a conheceres, não vais querer outra coisa"
"Fucking: Só uma vez não dá!"

Deixem as vossas sugestões...

A indústria dos incêndios

A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.

José Gomes Ferreira
Sub-director de Informação da SIC
Publicação: 04-08-2005 21:05


Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.

Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:

1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?

Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?

Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?

Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?

Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo?

2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...

3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.

4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.

5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.

Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime...

Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?

Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país.

Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime.

Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:

1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.

2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).

3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores

4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.

5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.

6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.

Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.

José Gomes Ferreira

quinta-feira, agosto 11, 2005

NORMAS DE CONDUCAO DO CONDUTOR PORTUGUES

(para aplicar sobretudo durante as férias de Verão)

SINAL VERMELHO - Parar se for estritamente necessario;

SINAL AMARELO - Acelerar ao maximo;

SINAL VERDE - Nao sao todos dessa cor?

PASSADEIRAS - Lugar onde alguns peoes tem a mania de passar, por isso nada melhor que mostrar quem manda e nao parar.

STOP - Quem foram os cretinos que inventaram tal aberracao??

BOMBAS - Carros mais potentes que os nossos. Se nos fazem sinal de luzes para ultrapassar, baixar a cabeca como se estivessemos a mexer no radio para disfarcar a menor potencia da viatura e dar a impressao que so nao andamos mais porque estamos ocupados...

PASSEIOS - Um bom sítio para deixar o veículo, especialmente se for mesmo à portinha de casa...

PEÕES - Realmente, só estorvam...Aquilo que todos fomos antes de adquirir um veículo. E como todos os automobilistas têm um esqueleto no armário, convém eliminá-los o mais prontamente possível.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Risos de Verão



Depois disto, a palavra "retoma" ganha um novo significado!



Tem piada, sim senhor...vamos comprar-lhe um kit?



Ele há cada artista neste mundo!

terça-feira, agosto 02, 2005

Erotismo Indiano

"Sagar"
A canção ?Jaane do na? inserida no recente regresso (de sucesso) de Dimple Kapadia, o filme ?Sagar? consta entre uma das mais sensuais do cinema Indiano. (A cena que mais captou as atenções é aquela em que Dimple deixa cair a toalha que a cobria, enquanto estava na praia). Dimple Kapadia num saree vermelho, cantando ?Jaane do na? parece efectivamente implorar a Rishi Kapoor para NÃO a abandonar. Extremamente sensual!

Nota do descobridor: O que terá Alberto João Jardim a dizer sobre isto?
Buri-buri!



Estou que não posso com tanta sensualidade...

Vinho Branco de Patras


Tenho estado a passar um texto que, a cada linha, recorda o meu bom amigo Zé Luís (isto também serve para veres que dedico coisas a ti, grande criador dos mais fantásticos super-heróis nacionais, como Tóni Bananole ou o Super-Gelado Flito, só para citar assim alguns de cabeça)! Entitula-se Um Adeus aos Deuses, e é da autoria de Ruben A.! Não posso dizer, de coração, que este seja o meu autor de predilecção, que não é! Este seu trabalho, porém, quase dá vontade de arrumar a trouxa e partir para a ancestral Grécia.
Deixo aqui um excerto para abrir o apetite..."Não sei a origem da frase portuguesa que corre mundo e está sempre presente numa situação encrencada. «Vi-me grego» para sair da enrascada em que estava metido. «Vi-me grego» é uma frase sublime de interpretação pois presta-se a invocações laicas do mais requintado agnosticismo. É possível que se duvide da minha interpretação, mas é preciso vir à Grécia para uma pessoa se ver grega, no sentido da maravilha, no gosto da coisa criada para admirar. «Vi-me grego» para responder, quer dizer, puxei de todos os meus recursos de inteligência a fim de conseguir argumentar um caso desesperado. É assim que eu o entendo. A maior sublimação de um homem cá das bandas atlânticas é ver-se grego, saber bem o que perpetua um tipo de aflição em que se tem de deitar unhas a todos os argumentos, a todos os factos."
E sim, também tem despertado, lentamente, o bichinho de escritor que em mim há (como em todos nós, julgo eu). Quem sabe estarei a relatar, num futuro quiçá próximo, as minhas peripécias e aventuras numa qualquer terra esquecida ou aquecida do Mundo. O impossível é inadmissível, será esse o meu lema de ora em diante. Tenho de ser cuidadoso na escolha. A Mongólia já pertence, por direito onírico, ao jovem Serpa. Lembro-me de o imaginar a montar o seu alazão, cabelos desgrenhados ao vento, em direcção à tenda onde o seu desejo o aguardava. Cavalgadas passadas, penso. Mas ainda assim o direito a essas terras é dele, por antiguidade. A Irlanda e parte do Velho Continente pertencem já a outros amigos ou amigas ou algo menos claro na distinção dessas categorias. Começo a pensar noutras paragens...Quer-me parecer que este Verão dará cabo de mim... Este Verão, tempo das grandes abertas. O Sol abrasador fustigando as ruas desertas. Para qualquer lado que se olhe, a vastidão do nada. A cidade, semi-abandonada, é apenas refúgio de uns quantos que não puderam ou não quiseram sair e que agora se abrigam do calor, da luz, da vista, da lamentação do arrastar dos dias para nada...ou simplesmente para o Inverno dos dias. O Verão é vida. O Verão é nada.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Uma Ode ao Verão!

Permaneço acordado, esperando-te. Enquanto aqui estou deitado,
na cama,
pensando em ti,
invade-me um desejo avassalador de te agarrar, de te esmagar...
Não consigo esquecer a noite passada. Vieste até mim
inesperadamente
durante a noite suave e calma, o que aconteceu na minha cama
arde ainda numa
viva impressão na minha pele.
Vieste de lado algum e, desenvergonhadamente, sem
inibições algumas, estendeste-te no meu corpo nú...
Percebeste a minha indiferença, e aplicaste a tua
esfomeada
sequiosa
boca
em mim
sem mostrares vergonha ou humilhação, quase me levando à loucura
enquanto me sugavas.
Até finalmente adormecer.
Quando acordei, tinhas desaparecido.
Procurei-te
sem te conseguir encontrar, tendo apenas os lençóis como testemunhas
do que acontecera na noite passada
O meu corpo ainda mostra ténues marcas do teu
entusiasmo
do teu arrebatamento,
fazendo com que seja tão mais difícil esquecer-te.


Esta noite ficarei acordado à tua espera...



....mosquito dum cabrão.