sábado, outubro 28, 2006

São gémeos verdadeiros!


Um num bilião, é isso que são...

segunda-feira, outubro 23, 2006

Diz-se por aí...


Com o regresso do cinzento e da queda de folhas adensa-se um nevoeiro na fronha da boa-disposição. Os dias parecem ser levados pela água da chuva. Com eles o riso, que não de siso, a manga curta e a sensação de que todos os dias são de Verão. A semana começa em beleza. Arranjei um despertador novo que me acordo diariamente por volta das 8 da manhã. É uma modalidade a que chamo obras no prédio. Ele é um bater ritmado e pouco tímido que baila sonoramente os tímpanos mesmo no mais resistente dos sonhos. Peço desculpa, desde já, ao limpa-chaminés a quem nunca abri a porta!Resultado disto? Poucos sonhos e nada de água quente (o que, com este calorzinho, nem é mal recebido pelo meu ansioso corpo). Entrar no prédio também passou a ser uma aventura digna de um qualquer Indiana Jones moderno. Abrem um buraco na porta de entrada do prédio. Estão a arranjar o portão e, se queremos passar pelo mesmo, temos que tentar mostrar a nossa cara mais humilde e simpática às dúzias de jovens grandes e mal-encarados que ali estão para tornar melhor a nossa vida. Sinto-me uma ilha. Sinto-me uma ilha rodeada por silêncio de mim para comigo e de obras por todos os lados.
Coloco, por isso, e com sentido de partilha e reciprocidade, o Guero do Beck bem alto, para os senhores operários e os meus simpáticos vizinhos poderem folgar os seus ouvidos com coisas boas. A escolha não é despropositada. Mantêm-te de espírito e alma receptivos, leio num qualquer horóscopo. As coisas vão melhorar substancialmente. Não é sempre assim? O eterno ciclo de humores e sensações, que sabemos acontecer e para o qual nunca estamos preparados. Mas isto irão ser só alguns dias. 6 ou 12, dizem, não sabem bem. Nada sabe bem nos últimos dias na minha sonolência. Quem me dera ter uma aparelhagem à maneira!

quarta-feira, outubro 18, 2006

Bem-vinda!

Serve este post o propósito único e sublime de saudar mais uma nova alma que aqui vem ao mundo. Falo da Maria Francisca, filha do Ricardo e da Paula (saravá muito grande) que verá hoje a luz do dia, pela primeira vez, por volta das 4 horas da tarde. É estranho que esteja tudo determinado, sem incertezas, mas são assim os partos sem dor... ou com dor posterior. Já dizia o músico! Bem-vinda ao mundo, Maria!

quarta-feira, outubro 04, 2006

A Vazia Sandália de S.Francisco


A gratidão da macieira e a amnésia do gato
nunca pautaram o curso dos meus dias.
«Fiquem onde estão!»,
foi a minha ordem para a macieira e para o gato,
ainda bem exteriores ao meu fraco por eles.

Salvei-os (e salvei-me!) de uma fábula
cuja moral necessariamente devia ser eu, o parlante
amigo de macieiras e conhecido de gatos.

Dá um certo desconforto malbaratar assim amigos
em dois reinos da natureza.
Mas também dá liberdade.

Há uma gente que desponta do outro lado do vale.
Está a correr para cá.
São os meus semelhantes.
Com eles vou desentender-me (mais que certo!),
mas a ideia que deles faço
é ainda um laço.

Repousem em paz as macieiras e os gatos.

ALEXANDRE O´NEILL (1924 - 1986)
Poesias completas