Na maré das sondagens e das estatísticas, constatou-se que os portugueses são dos povos menos satisfeitos com a sua vida. Um estudo europeu revela que, entre 27 países, ocupamos a 16ª posição.
Apesar de 86 por cento dos portugueses se dizerem felizes, esta percentagem continua abaixo da média europeia, ainda que apenas por uma décima, e muito abaixo da Dinamarca, onde 97% dos inquiridos se declarou feliz. Na lista dos mais felizes da Europa seguem-se os holandeses e os belgas. Mas estes têm razões para serem infelizes: não têm sol, praia, a língua é esquisita e a cerveja não é assim tão boa. Nós temos o Alberto João Jardim a comparar-se ao Gandhi, o Governo a promover a nossa produtividade low-cost junto ao países que lideram a produção low-cost, o Pinto da Costa, a Carolina Salgado e a socialite que matou o marido.
Mas existem várias razões para o baixo nível de felicidade dos portugueses. Pelo menos, uma ou duas que até são válidas. A razão deste baixo nível de contentamento causou-me espanto e, até, alguma perplexidade. Os portugueses são dos menos satisfeitos com a sua situação profissional!!!
Apenas 18% acreditam numa melhoria da situação financeira do seu agregado familiar, só 16% esperam uma melhor situação profissional, e limitam-se a 12% os que acreditam numa melhor situação económica e de emprego no país.
Apenas um em cada dez portugueses aposta que, em termos gerais, a sua vida vai melhorar.
No que se refere ao sistema de Segurança Social, os portugueses lideram a insatisfação europeia. Mais uma vez, só 10% dizem ser adequado, razão pela qual as pensões figuram da lista das principais preocupações nacionais, a par com o desemprego, o custo de vida e a saúde.
Mas quando se trata de procurar soluções para melhorar o sistema de pensões nacional, os portugueses não vêm com bons olhos nenhuma das respostas propostas: tanto o aumento das contribuições para a segurança social como trabalhar e contribuir durante mais tempo são opções recusadas por uma esmagadora maioria. Convenhamos que as propostas são bastante aliciantes. E que nós, ao não as aceitarmos, somos um pouco parvos.
Curiosamente, cerca de 5% dos inquiridos em Portugal consideram que o nosso sistema de pensões poderia servir de modelo para outros países na Europa (espectáculo)!
Esta é a percentagem mais baixa dos 27 países que foram contemplados pelo estudo. Pelo menos lideramos nas coisas negativas! Caramba, não nos deixamos pela metade: tem de ser sempre ou oito ou oitenta.
Assim está bem...
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Há 14 anos