quinta-feira, dezembro 29, 2005

Soltas

Devo-te isto, quanto muito: estás atrasada. Se vieres ainda hoje, não batas com a porta, como é teu jeito. Sei que não fazes por mal, que não estás furiosa com a vida.
Mesmo se ninguém estiver em casa, não batas com a porta. Eu iria sempre senti-lo.
Ao entrares, faz como se estivesses em casa.

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Se me encontrares deitado, deita-te a meu lado. Antes, porém, certifica-te de que não tens os pés gelados. Entra com cuidado na minha cama: estou quente e sou frágil. Ou estou frágil e sou quente.

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Não te vou querer por me quereres, não é assim. Mas já foi. Não te vou olhar de um modo especial porque me olhas de modo especial. Aprenderei a caminhar a teu lado se chegar a ocasião de caminhar a teu lado. Não para te acompanhar ou seguir. Os passos são como tijolos que se usam para construir algo. Eu só aqui estou a ver as vistas. A ver se olhas para mim.

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Quando acordares, não voltes a adormecer. Se adormeceres, não chames por mim.
Saí para comprar café para o teu pequeno-almoço.

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Sempre te senti a transbordar de uma arte sensual pelos poros sem saberes. Coisas que nunca percebeste por serem corriqueiras. A forma dos teus dedos ao segurarem uma chávena de café. A muito ténue maneira como a tua língua bate nos dentes da frente, naquilo que chamo "esse doce falar enrolado". O modo como pareces desenhar mentalmente as coisas para que olhas.
E enquanto reparava em tudo isso em ti, tirei um macaco do nariz.

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Ontem e Hoje
Ontem vi o gajo na televisão, a ser entrevistado. Hoje falei com ele. Muito simpático. Uma jóia de pessoa.

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Acordei hoje às quatro e dez da manhã, sem saber porquê.
Hoje de manhã disseram-me que essa tinha sido a hora do sismo.

terça-feira, dezembro 27, 2005

Ressaca...

Três consoadas depois, milhares de toneladas de açucar e trezentos quilos a mais depois, regresso lentamente à normalidade (ainda sob os efeitos de toda a lípidos, glucídos e outros idos). E tenho sono. Passei os dois dias pós-comemorações literalmente a cair para o lado.
Não me apetecia muito falar do Natal, das prendinhas, do conviviozinho e tudo mais. Acho que já li para aí uns 150 blogs que falam no mesmo. Achei, no entanto, que devia partilhar só um bocadinho do que foi. E da evolução que se tem dado. Com evolução quero dizer a gradual onda de ódio para com as quadras natalícias, para com a dose de consumismo que se apodera das pessoas, qual lenço vermelho agitado defronte a um touro enraivecido! E o pior é que ela continua depois do Natal... ao que parece, ele há muita gente a nascer nesta altura... Aiómen!

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Dessins...

Julian Beever é um artista ingles, famoso pela sua arte no chão de Inglaterra, França, Alemanha, Estados Unidos, Australia e Bélgica. Que tem isto de especial? Beever dá vida aos seus desenhos, os seus desenhos são pintados em formas completamente disformes, o que dá uma imagem de 3D (vista num ângulo correcto).

















terça-feira, dezembro 20, 2005

Para as meninas e alguns meninos...

Este post resulta de alguns pedidos efectuados (credo, sou tão fácil) por fãs desperadas de imagens dos seus ídolos. Não digam que não vão daqui sem nada. Este post, porém, é apenas um sem exemplo. Está muita coisa em risco, mais precisamente a minha imagem de macho heterossexual... vá, piadinha gira!
Espero que gostem... esta é só outra maneira de dizer bom ano antes de o ser...







quarta-feira, dezembro 14, 2005

Happy Coiso...

Natal?

Nada de seriedades, por favor. O tempo é de festa e consumismo, não há aqui espaço para protestos, consciências, deadlines ou break-ups. O tempo é frio e seco, propenso a alegrias, alegrias daquelas que nos aquecem ao ponto de corrermos pelo jardim fora, sem pensar em gripes, nos pombos, no amanhã que também é dia. Nada de paixões. Nada disso! O tempo é de estar em Cristo, por Cristo, as coisas que se imaginam!
A intenção de dizer alguma coisa esfuma-se na necessidade de actualizar, de reverberar a existência, de viver em permanência - que não em plenitude - que hoje temos de afirmar que existimos, senão não somos nada. E nós, cada um de nós, à vez ou de vez em quando, somos tudo. Tudo!
Em plenitude a imaginação da neve que cai, porque o mondovino de hoje conspira para que ela não caia a horas certas. Nada de conspirações. Hoje não. Hoje é cada vez mais Natal e ano novo, vida nova. Quem quer saber de depressões, contusões, maquiavelismos? Quem quer saber de planos e trintas-por-uma-linha? Hoje é dia de dizer que está frio, que apesar das duas camisolas interiores o frio entra, hoje é dia de fungar, de assoar, de perguntar se são servidos. Hoje seria um bom dia para sorrisos.
O Natal, é todos os dias?

terça-feira, dezembro 13, 2005

Para as amigas...


Rejubilem, amigas, rejubilem!!!

Estranhas formas de arte


Chris Larson

Bennett Austin

The star stealers

Sarah Thrustra

sexta-feira, dezembro 09, 2005

Cansaço

Resolvi testar o cansaço de uma maneira diferente.
Tudo é ameaçado, limitado, influenciado e até extrapolado pelo cansaço. Ir dormir, a duração de uma queca, a vontade de te divertires, a altura de deixar o tédio, o emprego, as dores, o amor.
Resolvi testar o cansaço com a indiferença. Olhá-lo nos meus olhos e rir-me. Levá-lo aos limites, extenuá-lo extenuando-me.
Disseram-me, um dia que, para saber desenhar bem devia saber traçar uma linha recta perfeita. E nunca me cansei para a desenhar. Nunca me dei ao cansaço.
Há quem nunca se canse de se cansar, quem nunca se canse de dizer que está cansado, quem nunca na vida toda se cansou, quem nunca na vida toda não se cansou. Eu estou assim. Tudo num só.
Há quem se canse de falar e que, por isso, se cale. Só assim, porque sim, sem mais nem senão ou porque. Talvez um dia me canse de escrever. Ou de o não fazer.
Nunca me dei ao cansaço de o saber.

quinta-feira, dezembro 08, 2005

Mais coisas...

Nunca me havia apercebido antes da importância das extensões, das madeixas e das sobrancelhas pintadas, das mises, dos brushings, dos peelings, das unhas de gel (e respectivas máquinas de implante da mesma). Todo um novo léxico que aprendi a pronunciar. Um novo colorido nos meus sentidos.
Aprecio, já reparei, mas não me havia apercebido antes do papel relevante que desempenhavam na vida das pessoas. Já havia presenciado a loucura dos soutiens a 5 euros e de uma ou outra meia-de-liga mais ou menos grossa. Há também o universo da bolacha dietética, do iogurte magro, da conversinha de casa-de-banho, do "estou mais gorda". Deve ser por isso que eu próprio me começo a preocupar com essas coisas. Por contágio, por ser influenciavel, por milhares de razões em que não me apetece pensar agora. Há todo um universo de diferenças que, apesar de viverem ao meu lado, nunca me dirigiram tanto a palavra como agora.
Não me penso assim tão indiferente a este mundo. Até gosto dele. Agora, viver rodeado por ele durante horas e horas e horas... por muito boa-intenção e voluntarismo que tenha, fico sem nada para dizer.

domingo, dezembro 04, 2005

Rectificação de Decreto!


Felizmente vivemos num pais esclarecedor e esclarecido!

O Grande Cretino!

O blogdabalta continua a divulgar, como se tal fosse necessário, a enorme estupidez e ignorância do senhor (ahahahahahahahaha!!!) mais poderoso do Mundo! Cliquai, pois, no link!

sexta-feira, dezembro 02, 2005

Concurso II



A rival n.2, La Belucci

Concurso I


Rival n.1, La Binoche!

Concurso




A vencedora do concurso anterior...

Obrigado, Graduz!

Como os meus amigos sabem e todos os outros imaginam, ando à procura de casa / quarto para habitar em Lisboa. Como a minha disponibilidade temporal para uma procura física anda na mó de baixo, resolvi recorrer, há uns dias atrás, aos serviços de uma imobiliária virtual. Eis a resposta, transcrita na íntegra...

(o pedido feito foi: Procuro local digno para viver)

(resposta)
"Pedimos desculpa mas, de momento, não possuímos nenhum imóvel com essas características.

Assim que nos for disponibilizado algum imóvel nessa zona, entraremos em contacto.

Atenciosamente.

Graduz."

Obrigado eu, Graduz. Obrigado eu!