Estive a ver uma pérola, ontem, na RTP Memória. Não assisti ao início do programa, que era apresentado pela Manuela Moura Guedes P.B. (pré-botox). Pelo que pareceu, era um programa de provocações. A personalidade convidada, e em grande destaque, era uma jovem e provocadora Zita Seabra. Os provocadores eram, assim de memória, Adolfo Luxúria Caníbal, Vera Lagoa, Paulo Portas, Herman José, Vasco Pulido Valente e um cromo qualquer da publicidade. Foi muito divertido. Muito mesmo.
Às provocações de Portas, então director d´O Independente, e de Vasco Valente, seu colaborador no mesmo pasquim, respondia uma crescentemente impaciente e guinchadora Zita. As provocações incidiam, como não podia deixar de ser, sobre a viragem-de-casaca de Zita, ao deixar o Partido Comunista para abraçar, com todo o seu ser, a Social Democracia.
Aquilo que ficou na memória desse programa, datado de 1993, foi mesmo o estado de graça e leveza de Herman José, e uma frase de Paulo Portas, em que este dizia, resumidamente, que tinha um horror congénito ao poder, e que se um amigo seu alguma vez tivesse poder, deixaria de ser seu amigo. Como as coisas mudam, pensava eu. E pensava também que, neste momento, o Paulo já não era muito seu amigo.
Palavras... são levadas pelo vento!