As histórias da noite têm sido as fotos. As fotos que faço contigo do mundo. As palavras que se dizem, os gritos, os outros. Aquele todo outro pedaço do mundo que se assemelha a uma nóz. Qual será o sabor do seu recheio? Qual de nós melhor caberá nela?
Lembro-me das discussões a que assistimos, dos apelos por ajuda a que não assisti, daquelas em que participei, de quando tivemos medo juntos, quando se gostava, quando se sentia, de noite, a electricidade que existe em viver. Lembro-me que me acompanharam. Lembro-me sempre de todos.
A Primeira Festa da Primavera em Coimbra, na Rua das Républicas. Entrar num universo "underground" da alegre decadência, de se estar doído, de se estar bêbedo. O amor livre, a comida, o fumo, frenética presença. Estar-se abstraído de tudo porque de tudo se abstrai.
Os amigos a despejarem cerveja nos pobres senhores polícias. Aquela cabecinha ingénua e arruaceira até ao osso. Ingénua não. Sobrevivente. De alguma maneira.
A primeira festa que fizémos. Capitão Cólica e Sargento Muco Líquido, o rei dos "freaks" e o imperador da diversão. Um uníssono maravilhosamente envolvente. Nunca mais sentiria algo assim. Ou talvez não.
Os excessos. As conversas. As seduções. Por todo o lado.
Os barómetros desconcertados que sempre absorvi.
O trabalho que representa os momentos da vida, a facilidade em outros. O caminho ilusório da facilidade na felicidade.
todo o blogue é composto de mudança
Há 14 anos
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