A vida não me sorri: por vezes resolve abrir a boca e engole-me. A vida, essa indecisa, sabe fazer as coisas de modo perfeito. É fria e racional. Deixa-me confuso querendo, apenas, mais que tudo, saber fazer.
Às vezes a vida pontifica por aqui, parece-se muito com uma comichão desconcertante em céus-de-boca. Por vezes sem saída, sem conta, começando de forma tímida até surgir uma efectiva necessidade de ti. A vida não me sorri quando estás longe ou apenas longe de mim.
Tu. Mil anos a tentar descrever o que somos juntos. Outros mil a falar-te e a dizer-te, outros mais a compreender-te. És uma figura estranha, enleante, caminhando por outro caminho não assim tão longe, nem sequer perto.
Tu. Fintas-me as questões com mestria, és ambidextra e de rins nada dura.
Assim, simples, como imagens de um só som, voas eternamente navegante.
Conheces o sorriso de um dia como parte constituinte de uma caminho que leva a dois caminhos sem o cansaço da caminhada. O olhar, certa noite, como a lágrima que usas ao pescoço. O olhar, pela noite, certamente, mostrando a chama de um incêndio que inflama esta alma, dó maior.
Assim, bemol, seremos uma corrida de obstáculos a dois corpos.
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Há 14 anos