Com o passar dos anos, no longo e penoso caminho para sabe-se lá onde (o destino mais próximo são...os 30!!!), deparo-me esporadicamente com coisas que me deixam ulteriormente possesso, fulo, piúrso, furibundo, escabrunhado, em suma, completamente doido da vida. Imaginem o seguinte cenário ídilico: Coimbra, paragem de autocarros em frente á esquadra da Polícia que dá para a Rua da Sofia. O calor abrasador das 4 da tarde a dar-me de frente no cenho cada vez mais descabelado (mas sexy!), paragem de autocarros vazia. De repente, de um momento para o outro, sem aviso prévio, vejo-me rodeado de cidadãs séniores de porte altivo, todas tratando-se por "dra. isto, dra. aquilo". E isso começou a irritar-me de mansinho. Parecia que estava á espera do que surgiria a seguir... Como gajo que foi bem-educado (sendo, portanto, pelos padrões desta sociedade, um tótó!), dou estrategicamente um passo atrás para dar mais privacidade aquele autêntico jardim-escola da 3a idade (que muito estimo e, por vezes, chego a apreciar!). Qual não foi o meu espanto quando, ao ver-me esborrachado contra o vidro da paragem, como se fosse o Harry Potter vestindo o Véu da Invisibilidade, as duas velhas mais irritantes (que recordavam uma "excelente e divertidíssima peça de teatro) começam a falar mesmo em cima de mim, numa clara violação do meu espaço pessoal. E o pior de tudo foi que uma das velhas tinha a sua linda malinha em contacto íntimo com a minha genitália. Contendo a crescente irritação, lanço um olhar de violência mongólica, empalativa e barbarizante até aos fundos do inferno. A velha ignora-me. A amiga, que estava a ser apaparicada pela dra., no entanto, nota a minha ira e diz-lhe algo do género "Ó Geninha, dê um espacinho ao jovem!"
JOVEM? JOVEM UMA PORRA!!!
No entretanto, surge o autocarro...e a loucura instala-se. Parecia que tinham aberto as portas do cofre do Banco de Portugal. O facto de ter sido o primeiro a chegar á paragem foi COMPLETAMENTE ignorado. Eu, cavalgando já o mau-feitio, e fazendo alarde do meu possante físico, rompo por entre a multidão. Co´a breca, EU chegei primeiro... O que me sobra em pujança física, no entanto, falta em experiência. Ao chegar ao local de "picagem" do bilhete, sinto uma presença familiar na minha atormentada genitália...era a sacana da velha OUTRA VEZ!!! E como se não bastasse, trazia um amigo que me empurrou deliberadamente para o lado para passar primeiro. Enguli a fúria, trabalhando a respiração enquanto me empenhava na memorização daquele mandamento...THOU SHALL NOT KILL! Sim, que quando estou furioso penso em Inglês. Resultado: escaldão na careca, cheguei uma hora atrasado ao meu encontro, perdi 10% da minha acuidade auditiva com os guinchos histéricos daquela envelhecida e enlouquecida multidão e... olha, tive de beber uma tulipita no Atenas para acalmar...
Ele há coisas...
IRRA!!!
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Há 14 anos
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