A articulação total dos passos perdidos torna-se numa orquestra gerida por ancas difusas. Nessa globalização de emoções existe um movimento que procura fixar-se, irredutível, num coração mais sensível. Até lá, em mais do que um sentido, há extravasamentos autónomos de liberdade cromática e olfativa.
Até lá, constate-se, a lua encheu duas vezes, marejando-nos os olhos com a sua ilicitude romântica. Recordam-se noites assim, dias passados.
A articulação brutal de memórias em franco movimento de expansão. Uma língua rebatida pela falta de vigor no seu exercício, uma sensação térrea de não se pertencer a nada, a contabilidade absurda de um suave ruído, um roçagar de dedos por obras de arte em prosa. Expansão e Dalila.
Ao longe, a luz da lua segue-nos para todo o lado. O mundo está tranquilo e, ainda assim, figura num estilo caótico que teima em humanizar pretensões antigas de quem não tem direito à temporalidade, apenas a permanência de uma garantia, de uma sincera certeza.
Nem sempre se pode contar com o amanhã dos sonhos e das esperanças prematuras.
É um contrassenso solidificar passados compostos em grãos mínimos de contrapartidas sabujas. Com vigor se conecta o presente que, como a luz da lua, nos segue para todo o lado.
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